O dia amanheceu com vestígios de uma chuva breve que passou pela cidade. O sol apareceu preguiçoso; mas, quando partimos para Wales, ele já havia tomado seu posto com mais firmeza.
Em português, nos referimos ao "País de Gales". Em galês, idioma da região, é "Cymru". Ainda prefiro "Wales". Me soa bem. Dirigimos rumo ao noroeste, passamos por Bristol, ainda Inglaterra, então atravessamos o Rio Severn e, poucas milhas adiante, chegamos a Chepstow, que tem um castelo com o mesmo nome da cidade.
O Chepstow Castle é o castelo mais antigo de Wales. Suas primeiras edificações datam de 1071 (data que me informaram no local). Ampliado com o passar dos anos, o castelo foi fortaleza e residência temporária de homens poderosos que exerciam sua influência na região e até na Normandia.
No retorno desse "landmark" medieval, decidimos caminhar por Bath, guiados pela curiosidade arquitetônica. A descrição do estilo típico de Bath é um pouco complicada: a cidade é conhecida por suas "terraced houses" no formato de crescente; uma arquitetura puramente georgiana. A melhor forma de visualizar isso é apelar para o Google; basta procurar por "Royal Crescent". Esse tipo de edificação é exclusivo de um segmento bastante rico da população; mas, todos os outros prédios seguem um padrão semelhante, especialmente nas pedras que revestem as fachadas: um tom de mel que envelhece e escurece com o passar dos anos.
Na caminhada, passamos pela Persephone Books, ponto que foi sugestão de uma amiga. (Gisele Eberspächer é uma acadêmica brilhante da literatura e tem um canal no YouTube que merece ser acompanhado.) A Persephone Books republica livros escritos por mulheres no decorrer do século XX. A edição de cada um dos livros é impecável.
O jantar foi no Giggling Squid. Não sei o que me impressionou mais: a sensação de que as texturas coloridas dos livros da Persephone haviam sido reproduzidas nas paredes desse restaurante tailandês, ou o próprio nome do restaurante - que seria traduzido como "Lula dando Risadinhas".